terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Um regresso

Sento-me e o meu corpo reconhece o sítio.

Os meus ossos agradecem e o ritmo cardiaco baixa.

A minha caverna recebe-me e pensamentos antigos povoam o espaço.

Os confortos bafando confrontos e as peças continuam lá,encaixando suavemente.

Alguem chama os bois pelos nomes e eu só o conheco na morte.Os malucos,aqueles que a sabem toda,acabam inconscientemente auto-segregados pela sociedade,incapaz de os entender e aceitar.

A minha bolha cai em cima de todas as outras bolhas mas somente reconheço aquilo que posso.

Um puzzle visto de cima é coisa boa de se ver e a charada decifrada tem sabor a vitoria.

Os compromissos não me moem e tenho todo o tempo do mundo para moer os compromissos,meus e dos outros.A liberdade tão bela quanto perigosa roça a libertinagem e as bocas abrem-se de espanto.

A atracção pelo abismo nunca foi bem aceite por uma sociedade que condena o suicídio e as palavras morrem orfãs de quem as entenda ou viva.

As ofensas dum papagaio têem duplo peso no seu dono e sempre adorei ver um cão morder a mão que o alimenta.

Enquanto me rio, somente porque posso, vou esgravatando umas palavritas neste mavioso teclado.
Os sons de dado pretos que me escorrem pelo cérebro não ajudam em nada ao bem no Mundo mas a mim doce me soam.

O regresso áquilo que eu sou é cada vez mais confortável.

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