segunda-feira, 18 de maio de 2009

Não quero ir só

No meio do meu pedaço de Céu vejo um mar revolto de corpos e actos humanos.
Abanando a cabeça em silêncio dou por mim a pensar coisas patéticas de tão humanas e mesquinhas.
De que me servem todos os avisos quando vejo quem amo cair nos mesmos velhos buracos?
De que me serve a minha razão perante a dor alheia tantas vezes cega e irracional?
Perdendo-me no planar suave da pirata gaivota recupero o momento.
Mas de que me serve ele se o vivo sózinho?
Como me alegro de tudo deixar e de nada sentir falta!... Mas como não magoar o próximo com este meu desprendimento?
No meio dos sonhos que são a minha vida, dou por mim sentado partilhando visões com tantos Jesuses e Budas que as palavras perdem os contornos e todos os conceitos se unificam num pulsar que é Só aquilo que nos sustenta.
Sabendo eu que nada do que interessa se explica por palavras, resta-me apenas quedar-me um pouco mais entre aqueles que amo.
Com a meta á vista há que olhar para trás e cuidar de quem lá vem.