domingo, 27 de abril de 2008

muro deitado

do pressuposto
ao supostamente
engrenagens lógicas do pensar
uma cadeia, uma cadeia alimentar do julgamento
onde o problema se assume no topo
e nós...e ai de nós
que vulgarmente dizendo
somos a base, a base disso tudo
apago..e pago o feito
dito..mas não é meu
dispo-me destas constantes mudanças
de humor, de amor
um anti-
Humpty Dumpty do viver
com medo, mais certo era chamar-lhe susto
e como um trampolim
a alma nunca me deixa tocar o chão

se pensarmos que a nossa..
a nossa razão é a única que
a voz dá a entender
muitos e sinuosos conflitos
o que se avizinham
se julgarmos que proprios
e "propriadamente"
atravessamos a possibilidade da verdade
como um garfo que leva comida à boca
se alimentarmos todas estas gulosas ambições
ficaremos com muito espaço sem interior
porem, se nos juntarmos, não mais proximo
do que é...habitarmos em solo sagrado
assim repartir a minha, com a tua, ou de outrem
a derrota nunca sera de ninguem
e jamais
existirá uma vitoria conclusiva
pois nós não o somos
etéreo, a espuma dos dias, passaros que voaram rente à nossa fantasia
pequenos senãos..jorraram de alegria
o sentido será sempre ao encontro de...
o que ao encontro ( de ) vai


quinta-feira, 17 de abril de 2008

O Homem jaz morno e calmo num leito de vida

O Homem jaz morno e calmo num leito de vida.
Tudo corre á sua volta.
E a pressa afoga lentamente qualquer vontade de agir.
Com os olhos muito fechados sente a luz intensa queimando as costas das mãos.Morde as palmas em busca de antigas dores que possam ofuscar o momento.
A Luz é intensa demais.Queima.As lágrimas rebentam os diques e o véu carnal rompe-se.
Completamente imóvel,como morto,tudo vive.
Com um olho na Luz e outro no Desespero a todos entende não julgando ninguém senão si mesmo.Conscientemente contrariado, feliz mas ainda descontente, escolhe levantar-se e Agir.
Com especial cuidado queima todas as suas asas ou peneiras e limpa exaustivamente os pés de barro que tanto quer quebrados.
Os seus, à tanto, esperados actos são recebidos com júbilo e incentivo.
Um brilho estranho ilumina as ruas e as coincidências andam de mãos dadas.
Num beco escuro uma loira antiga conversa com um par de sapatos mais viajado que ela. Uma janela sobre o rio mostra o imparável da Vida.
Sem querer saber os motivos de ninguém procura os seus e grita-os para quem quiser ouvir.
Faz pactos de sangue com ele mesmo e quer morrer por eles.
Deus de cima sorri intrigado.
Sem nunca aceitar qualquer natureza acaba sendo o mais Natural possivel.
Recusando tudo o que não seja Amor acaba rodeado do que realmente É.
Conduzindo uma quadriga em chamas percorre o arco-íris esvaziando o caldeirão mágico sobre aqueles que o veêm.
Nada querendo, tudo acaba recebendo e retribuindo até ao ideal vazio final.
O Homem jaz morno e calmo num leito de vida.