quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

comboio de cabrões

Vejo passar este comboio de cabrões
doçes, regalias, prémios!!! prémios senhor!?
eu que não acredito em entidades ou porra nenhuma superior
fazendo de mim um crente sobre tudo, mesmo o que desacredito
vai cheio este comboio, de um carnaval que não finda
há aqui cabrões de todo o tipo
até dos bons, dos de 1ª classe, que sendo e parecendo uns santinhos, com aquele ar muito ajuizado, são piores na entrega.
até o intestino mesmo torcido cá dentro da pança, é capaz de ser mais recto, que as suas atitudes de luvas brancas
mas eu não estou chateado com isto!!!
isto já só me enerva até à fervura, e nada se estraga, aproveito e dessa fervura, sirvo-me um châ de ervinhas, que afinal são elas os nossos criadores
o que vale, o que vale senhor em quem não acredito ou desacredito, é que vi, afinal onde estavas tu e a tua salvação, dentro deste comboio de cabrões
tu eras a puta da locomotiva e apenas apressavas o teu tédio de os aturar
perdi o bilhete de propósito, que esses não se dão a ninguem, a menos que to peçam tão delicadamente como fosse para comer, se isso é pra essa fome, então enche o bandulho, sê a fartura de todo e qualquer reclame publicitário.
logo que findo o chazinho, zarpo nesta figura que me calhou, a pé, a voar, eu nunca estou a fazer o que pareco fazer.
nenhum de nós , afinal o está
bem dita Negativa, o Hara-Kiri inverso
não ponhas, não te carregues, neste ou noutro comboio imaginário, mas tão realmente repleto de cabrões
agora senhor, a questão já não é essa...
e nós...já chegamos?!
alguma vez foi preciso sair do ser para descobrir o que é já descoberto.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O Momento congelado

3 de Fevereiro de 2009, Taveiro, Benedita, Alcobaça, Santarém, Portugal, Península Ibérica, Europa , Terra
A chuva continua alegremente a sua música e as aves acompanham estridentes.
A vida encara as águas celestes das maneiras mais diversas e maravilhosas.
O que para uns é benção a outros parece maldição. As bocas avidas, sedentas e curiosas contrastam com os lombos arrepiados aquecendo-se á beira da sábia lareira.
O fluxo incompreensivel da vida é de uma complexidade tão simples que ainda não existe palavra que a possa descrever. Os significados são apenas as máscaras que se dão aos factos. A verdade é algo que só existe no mundo humano, uma busca de razões tentando validar o passado apenas por receio do presente.
As obras, palavras e actos humanos são tão dignos de reparo como a mijadela dum gato ou a queda duma folha. Perdemo-nos num caminho de racionalizações egocêntricas e diminutivas do Todo. Sempre em busca dum bocadinho de Luz e para isso correndo para uma cave escura, negando o Sol que Sempre brilhou por detrás das nossas nuvens.
O ritmo aumenta e o meu sorriso abre-se saindo de mim posso receber o que não me pertencia de inicio, partilhando tudo com todos. Nunca tendo nada a perder, somente uma vida que não fiz nada para merecer, sigo de peito aberto para a próxima surpresa.
Bom , Mau, Assim-Assado, pouco me interessa , se me me conheço apenas estou nisto por amor a isto. Os diferentes sabores, ardores, temores e outros amores são apenas aquilo que nos distancia uns dos outros. Entendedo que tudo isso são vaidades começaremos então a ver o quão bela esta estória é. As possibilidades serão infinitas e o Futuro passará a ser o presente vivido com um sorriso nos lábios e uma serena Paz cósmica.
E com isto a chuva parou, não porque eu escrevi, mas sim porque ja estava escrito.