quarta-feira, 11 de março de 2009

Onírico Real

Encaro os sonhos nos olhos e sorrio confiante.
Estas maravilhosas manifestações dum Real ainda não concretizado são afinal aquilo que nos faz avançar no desconhecido.
Alguns parecem ter condenado os sonhadores a um exílio forçado.
O desdém com que somos enfrentados deixa pouco lugar a esperança mas felizmente o Sonho não necessita de companhia e sabe que quem desdenha quer comprar.
Enquanto, fora do tempo, observo a pequena realidade que me rodeia deparo com os sonhos a tomarem forma e consistência a cada esquina.
Esta, ainda solitária, constatação enche-me de paz e confiança.
Sinto que nunca vivemos tempos tão abençoados e fantásticos e isto leva-me a flutuar de novidade em novidade. De sonho em sonho vou vivendo um gozo quase ansioso e indizível , bem longe de qualquer pesadelo exterior a mim.
Sem grande esforço vivo a vida que sempre quis e construo os meus sonhos a par e passo, usando respeitosamente aquilo que tenho e aquilo que me é dado a utilizar.
Só ou acompanhado, rindo ou chorando, pouco ou nada interessa.
A certeza de que nada será como d´antes chega para que eu enfrente o que vier de peito aberto, cajado na mão e sorriso nos lábios.
Por vezes sinto que tudo isto não passa dum belo e terrível Sonho.
Alguns acordam para ele, outros vivem-no até ao fim.

terça-feira, 10 de março de 2009

Amor ao Ódio

Amor ao Ódio
Gentil, verdadeiro na mentira
Tão gémeo, tão parecido, ou pouco mais
Emoções germinadas, a pequenos estímulos afunilados
Todos eles à capacidade ou falta dela para criar ou ignorar conceitos
Palavras onde não são necessárias para o entender,
O entender é atravessar toda a carapaça, perfurar do núcleo à superfície.
Do que poderá realmente ser
O real, também visto como qualquer coisa relacionada com o verdadeiro incutido em pequenas doses, a fim de não irritar o paciente.
O real pode então, não ser tudo o que afinal conhecemos, mas ser mais sincero, atribuir-lhe um valor qualquer, do que um valor certo.
Há então um amor ao ódio, há então um perigo oco o suficiente para tornar o momento em coisa maior
O que dá comida ao que sentimos?!
Caprichos pessoais que não são
Truques, todos para pasmar
Libertar da mesma fonte, a contradição
Camadas sociais, cadeia de comandos, comparação sem conhecer.
Poder, controlo e poder das emoções, massacres de qualquer emoção que se consiga auto-anular.
Emoções que dissipam outras, que levam o ser a pensar, que isto é que deve ser o tal de real, nunca desconfiando que pode haver algo mais no interior
Que se passa…que o ultrapassa, no precioso instante de existir.