sábado, 17 de maio de 2008

Isto é só um aviso!

O Tempo trespassa-nos e tudo oxida por dentro.
Por mais Amor que tenhas a acidez vai chegar e logo se vêm os valentes.
Rodeado de autênticas borboletas chego a sentir-me uma flor.
Cansado de atitudes miserabilistas e conflictos de interesse deito-me á sombra e espero que tudo se esvaia. A comunicação silenciosa acaba sempre por prevalecer sobre as palavras e as minhas mãos não sabem mentir.
Consolo as vítimas de acidente nenhum e sinto-me cansado...tão cansado.
Sinto a mandíbula cerrar-se na minha espinha e as dores do corpo são, por vezes, um consolo e descanso para a Alma.
Dorido, tão dorido, encontro fora de mim as forças para permanecer naquilo em que acredito e rio...rio enquanto as margens se afastam cada vez mais com a passagem de muitas e tumultuosas águas.
Sonho com uma ilha deserta e vejo-me só com livros. A simplicidade á muito se perdeu e as experiências passadas fizeram de nós Homens soberbos e sózinhos.
Castelos individuais pululam nas cidades e as portas fechadas...sempre fechadas.
Apenas o que é conhecido é de interesse e tudo o resto é medo e ranger de dentes.
Triste, tão triste, recuso-me a viver no meio de covardes e sinto-me cada vez mais sózinho e alienado á minha própria solidão.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

agora não é tarde

quanto mais tempo acharmos que existe
mais é
esse que nos roubam
o tempo é consciencia
a vida são formas iguais
para o mesmo sentido
evoluimos ou com perninhas e mãos
ou com patinhas e focinhos
ou os chamamos de humanos ou de golfinhos
todos no fundo viemos do mais alto
que nem conseguimos conceber
pois então descansemos as armas...
demos então aos sentidos..os afectos
sejamos mais e nem mais que isso
sejamos os tais que insistem
quebrar limites..é pra isso que somos
os vivos

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Afectos

Sem nunca nada entender seguimos alegres.
Com muito interior mas sem querer ocupar espaço vivemos o silêncio.
Olhando serenamente para dentro conhecemos o que realmente É.
O muro que nos separa nunca existiu.
É apenas um véu na vista de um menino assustado.
Escolhendo amar o próximo os sorrisos sabem a sal.
Sinto a loucura na ponta da lingua e mordo-me de prazer.
A paz na face dos que amo é o meu melhor consolo e a minha ambição é ridícula perante o mundo.
Com as mãos em algo de comestível sinto-me mais vivo e útil que nunca.
Sendo que todos os nuncas são coisas do momento.
A Àrvore da Vida agarra-nos pelos cabelos e jamais sabemos onde vai poisar o próximo passo.
A indecisão e o mistério da existência são aquilo ao que vim e não tenciono parar tão cedo.
Colocando o meu coração em tudo quanto faço não corro qualquer risco de falhar.
Os afectos são a única solução.