quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Rio Chorando

Mordendo as próprias patas desapareço.
Materializo-me tal qual geada num pára-brisas.
A escolha não sendo minha ou dele,mero produto de frias brisas e outras circunstâncias.
As muitas águas bebidas sem sede matarem.
As sedes, muitas, que água alguma saciará.
Uma tristeza pacífica invade alguém e o Rio Chorando voga plácido.
A Vida não o É sem a Morte.
Vivendo na ilusão duma vida que só Eu Vejo.
Apenas aqueles que vivem fora merecem entrar em Mim.
O fel contamina o mel e a vida tem mais graça.
Minímo esforço para máximo lucro! Fará isto sentido?
Abro a boca do inferno e todo Eu surjo resplandecente.
Cerro os lábios e a minha ascenção é tão mais rápida...
As minha palavras nunca o foram....minhas são as que não digo a ninguém.
E se em mim não acreditar como crer em tudo o resto?
Quem sou eu?Mentiras do meu Ego?Ou vim para ficar?
Mato-me por momentos para ver a Verdade.
Apenas os sonhos restaram para confirmar a Verdade.
Só queria ser uma palmeira naquela ilha.Esquecendo sentidos e razões apenas Sendo.
Não podendo fugir ao meu aumentar de influência aceito as consequências da minha existência.
Rodeio-me de amigos, cuspo para o ar e faço cara feia.
Venero a minha concha e fecho-me sem contemplações.
Quando volto os caminhos desapareceram e estou condenado a permanecer nas margens do Rio Chorando.

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