terça-feira, 16 de setembro de 2008

Prosas fumadas

SOnantes pedradas abrem portas em muros feitos de fumo.

Um alvo lobo tenta comer os males do mundo enquanto as trevas lhe são o pão. Os negros meninos dançam melhor que nunca as musicas do Demo e alguém ri satisfeito no seu trono branco.


Desço da minha grande cabeça e enfrento a realidade alheia. Escorregando molemente insinuo-me aos passantes e em breve sou pele fina ao pescoço de quem disso gosta. Afio a lingua nos ouvidos ali á mão e em breve sinto estremecimentos de prazer que me fazem querer calar.


Os ombros de um odor sobrenatural atiçam-me o apetite e em breve o sangue corre. Os meus dentes psicadélicos parecem escorregar na ternura das carnes e receando enjoar termino o manjar.

Olhos agradecidos e espantados temem e desejam o próximo passo dos loucos.


A chuva vem plácida e as aves de agoiro ou não, recolhem ás beiradas. O fumo do meu cigarro cruza-se no caminho do Tempo que se senta a fumar.

As gotas massajam voluntariamente as sedentas almas e tudo nasce e morre no mesmo sítio.

Enchendo as unhas de solo cavo a minha própria sepultura nela durmo o mais abençoado dos sonos. O sono consciente.

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