sábado, 6 de setembro de 2008

Liquidos constantes

Duas gotas de chuva descendem do céu negro e tenebroso.

Sem nunca se conhecerem partilham a mesma origem.

Sem nada desejarem acabam por tudo alcançar.

Dois corpos voláteis em busca das formas do maravilhoso.



A água que tudo aceita cobre todos igualmente.

Puro ou imundo leva o mesmo tratamento amoroso.

Como eternas crianças repetindo o jogo eternamente.

Os corpos que nos recebem aguardavam o toque sequiosos.


As lágrimas lavam os olhos e tudo se clarifica

A nossa morte vai ser chuvosa e magnífica

Sem necessitar de qualquer companhia sei que ninguém está sozinho

Não vendo nada nem ninguém descubro a existência escondida atrás da Verdade.

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