quarta-feira, 19 de março de 2008

de joelhos..aos pés de ninguem

a simplicidade pode aparecer como uma ameaça
o sorriso como insulto bruto
a conversação que é uma festa, um disturbio
afasto-me zangado mas só comigo e com
todos os punheteiros que chupam
na verga da sociedade
admiro-os, naquele equilibrio de enlouquecer
é como descer mas a subir
como o principio para um principio de fim
colem juntas todas as mentiras
amordacem a puta da terra
morram juntos como as peças
que todos somos
o episódio frustrante de duas pontas se atirarem em busca da outra
e no encontro...desdobrarem-se
aumento a dose aos transeuntes e por fim
nas paredes nascem portas..onde só entra quem não é
roupas espalhadas na rua...indicam-me a cadencia a que os ratos com pés se iludem
aseguir, fica-me um gosto de órgia, de existencias banais em budas
amalgama nas linhas, nas curvas
de joelhos...aos pés de ninguem

nesta estranha colmeia, a rainha come os seus
os que sobejam, misturam-se, evidenciam-se e mais pequenos se tornam
nas palavras cinzentas de um prometido arco-sem-iris
todos reclamam o seu quinhão
a surpresa é medonha, e desde que tomam noção da sua morte
passam a vida a inventar estorias dos céus...um chão de Alguem
e aos poucos como o ódio..perde forças
e deste que me assusta por o viver
incomoda já muito menos que o real
ser...um simples sonhar
os que sem demoras me mandam bugiar
sem rejeitar no que não concordam
ficamos a falar já de outra coisa
que teimamos em espreitar

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